«O Porto era, então, a capital do norte, perfeitamente isolada da capital da nação, com a sua vida autónoma e característica, os seus hábitos, os seus costumes, as suas tendências. A gente de dinheiro de entre Douro e Minho e de Trás-os-Montes vinha aqui refugiar‑se enquanto durava o Inverno, frequentava os teatros, tinha as suas reuniões, oferecia os seus bailes e ia ouvir os poetas, de grenha ao vento, pedirem o mote às freiras, pelos outeiros dos conventos. Nesses anos, ainda a Bainharia — hoje uma viela estreita e sórdida — era o passeio preferido pelo mundanismo portuense, que por lá aparecia às tardes, de badine, chapéu alto de abas direitas, gravata tufada, e perfumes no lenço de finas rendas: e ruas e praças tinham um movimento, uma alegria, um enlevo que hoje não possuem!»
in O Passado de João Grave, 1927.
in O Passado de João Grave, 1927.
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